quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O meu amigo imaginário

Ontem ia dormir e comecei a pensar que podia arranjar um amigo imaginário.. agora nem tá na moda, ninguém tem, ninguém quer saber.. Agora que penso nisto, pergunto-me como estarão os amigos imaginários que foram abandonados...
Ainda não o arranjei, mas estava mesmo a precisar de um. Preciso de alguém que consiga dizer-me coisas que eu já sei, mas que fica mal ser eu a dizer. Fica mal e nem sequer faz sentido na minha cabeça sendo dito por mim. O meu cérebro com certeza se ia rir se fosse eu a dizê-lo.
Mas isto de amigos imaginários, toda a gente teve. Quem é que nunca falou com a Barbie? Ou o motorista inexistente daquele carrinho mais cool..

O Wikipédia diz que é perfeitamente normal as crianças terem amigos imaginários dos 3 aos 6 anos. Portanto já sabem, se aos sete os vossos filhos tiverem amigos imaginários, por favor, enfiem-lhes um balázio na testa, para o bem de todos.
Outra coisa que o Wikipédia diz é o seguinte : "Os amigos imaginários podem surgir de dois modos: amigos invisíveis (que ninguém pode ver, como uma fada) e, objetos personificados (com os quais a criança interage como se fossem humanos, como um crucifixo, a Bíblia ou um bicho de pelúcia)."... Bom, é aqui que complica. Um bicho de peluchia (peluche, em português de portugal [ainda em minúsculas, obrigada]), parece-me bastante razoável e compreensível, provavelmente aquele peluche que queremos que "durma" connosco e damos-lhe as boas noites e na loucura, por vezes temos as primeiras experiências sexuais... ?! Estou a voltar atrás, sim, um peluche parece-me okay. Uma Bíblia... com letra bem grande segundo o meu Deus nr. 5 - o Wikipédia. Deus católico vem logo de seguida em sexto lugar e um dia mais tarde conto-vos dos meus Deuses, são uns bacanos - Mas sim! Uma Bíblia não me parece nada credível... É um livro, toda a gente sabe que os livros não falam.. quer dizer, falam à maneira deles. Estava agora a imaginar uma criança a conversar com a Bíblia, grandes e intensas conversas que poderiam ter não? E por fim ficamos com o crucifixo, este sim, faz todo o sentido. Quem é que não gostava de ter um amigo sempre com braços abertos e com pregos nas mãos e pés?! Com uma expressão de agonia, pá! Sim! Isso sim é um amigo! Depois de ler isto eu pergunto-me, como é que eu nunca me lembrei de por o JC a curtir com a minha Barbie ginásta?! Porque é que eu não levava o crucifixo lá de casa na minha lancheira do Toy Story?...
E diz que isto dos amigos imaginários tem TUDO a ver com a imaginação. Esta linda aplicação no nosso cérebro que nos permite - deixa ver se sei explicar assim bem...- tudo. E esta aplicação é perdida à medida que vais crescendo. É por isto que acho que há cada vez menos vantagens em crescer...
Talvez possa culpar o Toy Story por tudo isto.

Também eu tive dois amigos imaginários. Em criança disseram-me que tinha um anjo da guarda sempre atrás de mim... e eu comecei a perguntar-lhe se estava tudo bem de longe a longe e quando ia a casa de banho pedia-lhe para espera do outro lado da porta sff.. mas isso passou-me rápido.. O segundo foi o Kurt Cobain. O sexto sentido atrofiou o meu sistema todo. Por isso não sei se conta como amigo imaginário, mas se um crucifixo conta, acho que o Kurt também se safa.

Agora que penso nisso... há muito tempo que não pensava antes de ir dormir.. não façam isso, demora-se mais a adormecer.