sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

O Natal

Gostava que me passasse ao lado mas tenho mesmo que vos contar. De repente dou por mim a receber uma carrada de mensagens de telemóvel, cada uma pior que a outra a darem-me bom natal e eu nem sequer sei de quem são os numeros. Por acaso, nestas alturas até penso na minha familia e nos meus amigos, mas não mais do que penso todo o resto do ano. Não me vou portar bem porque o pai natal não existe e se Jesus Cristo nasceu, porque é que ninguém lhe canta os parabéns? Go Jesus, it's your birthday.
O Natal é estúpido porque o pensamento geral é "Ai, tenho que comprar uma prenda para (um ótario qualquer.) - e a ideia correcta seria passarmos o ano todo a VIVER e se, por acaso vissemos algo que "fosse a cara" de uma pessoa que gostamos, comprávamos. Nunca vi posters dos meus amigos por isso faço poucas compras.

Outra que me lixa é a passagem de ano. Para mim a passagem do ano é no meu aniversário. Que por acaso vai ser daqui a oito dias. Ou sete para quem já estiver a dormir. Aí sim, mas sou narcisista suficiente para admitir isso. Tenho culpa que alguém se tenha lembrado que o ano acaba no dia 31 de Dezembro? Não tenho nada a ver com isso. A passagem de ano perdeu a piada logo em 2000 quando diziam que o mundo ia acabar... a nossa passagem de ano tem um atraso de 16horas ou mais para outros sítios no mundo. Mas sim, é fixe ver que mais de metade da população gosta de entrar no novo ano completamente bebado e de ressaca no primeiro feriado. porque não? É da maneira que não se vão lembrar nunca mais de oito dos doze estupidos pedidos que fizeram com a porcaria das uvas passas. No ano novo toda a gente se dá bem. Nas ruas as pessoas que se matam no transito abracam-se... As betas roubadas pelos gunas acabam a curtir com eles... Nazis e punks dão beijinhos... Tudo está bem.

Este ano, a passagem de ano, passou-me completamente ao lado. Não parecia passagem de ano. Mas foi uma noite brutal.

sábado, 21 de novembro de 2009

Ajuda

Quando ajudamos alguém ou alguma coisa, é por nós ou porque achamos que precisam de nós? Será que há egoísmo no acto de ajudar? Será que quando ajudamos estamos a pensar mais em nós, em satisfazer algo em nós mesmos ou será que ajudamos por instinto?
Os humanos procuram sempre algo que achem inferior para ajudar. Ajudam os animais abandonados ou as pessoas com doenças terminais… Ajudam o ambiente e a própria terra. Há infinitas campanhas e associações que tem por objectivo ajudar estes grupos mais carecidos… Mas como é que podemos ser superiores aos animais… ou ao ambiente… ou à própria Terra? Se não nos achássemos superiores, ajudaríamos?

E quando nos ajudamos uns aos outros?

A minha tia um dia destes, estava a ir para casa para ver o CSI quando de repente, na rua em frente à casa dela, na pacata cidade de Braga depara-se com uma cena estupidamente agressiva: Um homem a tentar roubar o carro a uma mulher, com uma arma enorme. O carro era um mbw. O gajo depois de mandar a mulher ao chão que lutou muito pelo carro, conseguiu meter-se dentro do mesmo e tentou arrancar. As pessoas juntaram-se, mas dispersadas… o gajo tinha uma arma. A única pessoa que ajudou a mulher, foi um arrumador de carros. Bem, eu odeio arrumadores de carros por muitas razões: Em novinha vi o rapaz mais bonito da minha escola a arrumar carros e fiquei um bocado confusa. Depois, muitos dos arrumadores de carros a quem eu dava uma moeda diziam: Não tem mais? – e eu ainda me “desculpava”! – Como é possível!? Alguns davam-me pena… outros iam logo a correr para os amigos para juntar mais uns trocos… incrível. Mas vi uma vez um gajo a cercar uma zona e parecia um parque de estacionamento daquele arrumador e, por cada carro que ali estava, se ele tirasse uns 20, 50 centimos (que é o mínimo por carro) o gajo por dia ganhava mais que eu num dia normal de trabalho. E quase ninguém se recusa a dar porque são apenas uns trocos e um arranjo de um risco no carro fica um pouco mais caro.
Mas nesta historia, o arrumador de carro foi o único que ajudou. Até se magoou a tentar ajudar a rapariga. O malvado da pistola já dentro do carro, tentou arrancar e … chapéu. Não conseguiu. Porque pelos vistos o carro tinha mudanças automáticas e o gajo não estava familiarizado com a situação! Depois de estarem nesta situação: de carro semi-parado e duas pessoas agarradas a ele; o gajo acabou por desistir, agarrou na sua arma que ainda não sabemos se era verdadeira ou de água, guardou-a debaixo do casaco saiu do carro e foi descendo a rua quase como se nada se passasse. E acabou a história.
A minha tia que ia ver o CSI até ficou consolada por ver depois a Policia com as luvinhas a tratar da situação.
Isto era mesmo calmo por aqui, vim cá passar o fim de semana. Estou um bocado assustada. Mais uma vez, não me deixem nunca ser presidente… Sou muito boazinha mas se me chatearem eu tiro olhos fora se quiser. Porque ainda acredito num mundo fixe. Um mundo que dê para viver. E não me importo que as pessoas morram, tem que ser. Mas parem lá com estas merdas. Se há desemprego e se vocês não estão felizes, façam alguma coisa… Mas não fodam quem está sossegado na vida. Se me chatearem e eu souber onde vivem, mato-vos e à vossa família.
Estou a brincar. Vou ao maxmat compro cola das construções civis e colo a vossa porta de casa… TODOS OS DIAS!

Um mundo melhor porque tenho uma criança dentro de mim.

Não, não estou grávida.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

As moscas. As galinhas e as borboletas atreladas.

As pessoas (menos os budistas que são pessoas) gostam de matar moscas.
Já matei uma mosca, e tive pena. Tenho fotos disso. Basicamente estava uma mosca a chatear-me e eu levantei-me da cama e vi duas moscas a fazer amor. Fotografei-as e depois matei-as. Mas depois, a mosca que estava realmente a chatear-me continuou a zumbir zzzzzzz! E devia estar mesmo contente por eu ter morto o mosco e a mosca que copulavam. Sei lá, até podia ser um caso de problemas conjugais. A sorte dessa mosca que me chateava foi eu estar a sentir-me mal em ter morto o casal em pleno coito... Ou bis-coito, como chamei ao amor num poema no 9º ano e traumatizei a professora Arminda. Seja como for, capturei a mosca traída e libertei-a pela janela. A moral da história é, se fodes no meu quarto estás sujeito a levar uma chinelada. E se traíres um mosco és bem capaz de ser fotografada primeiro, não gosto de castigar as pessoas sem provas e justificações plausíveis, a mim mesma - que é a quem interessa.

Gostamos de matar moscas porque toda a gente sabe onde elas curtem estar. Nós curtimos matar pessoal que curte estar onde nós não curtimos ou fazer o que não fazemos. As moscas curtem ter as patas nos excrementos e depois ir boiar na nossa sopa ou acidentalmente bater na nossa boca. Todos os dejectos possíveis: Elas estão lá. A marcar presença. E eu ainda não sei se é mesmo porque gostam, ou se elas se enchem de merda para tentar trazê-la de novo a nós. Cada vez que caem na nossa sopa ou batem na nossa boca... Imagino a mosca a dizer: Ahh Desculpe, desculpe! - E logo de seguida: -whuawhuahwuawh Mais um que levou com resíduos de MERDA!

AS moscas são fixes. Posso falar de galinhas agora ou tenho que fazer outro post?
?
Ok.

As galinhas são altamente. Dos meus preferidos. Quando era pequena os cotas que tomavam conta de mim viviam numa ilha e tinham galinhas. Eu achava aqueles bichos enormes. Realmente, comparados a mim, eram pouco mais pequenos. Mas agora que sou grande e sei que lhes posso mandar um bufardo quando me apetecer, não me metem medo. Limito-me a imitá-las. BOC BOC! Digo-lhes eu. E elas, na maioria das vezes, reagem e respondem com um BOC BOC mais tímido... E olham-me de lado. Mas a culpa não é delas, o nosso senhor Deus é que as fez com os olhos para os lados. Não tinham piada com olhos juntos. Ele testou primeiro, a sério.
Toda a gente sabe porque é que as galinhas dizem BOC BOC... porra, na América se disseres: BOC BOC a alguém estás a desafiá-lo... Já sabes que, ou mostras a tua coragem ou serás sempre um "chicken". Claro, Portugal gosta de imitar e também usamos isso de vez em quando para sermos aceites na elite pseudo cool/retro é que rulz/que do luzs/bros from tha hood... e muitas outras. Mas eu acho que ninguém disse às galinhas isso. Então elas andam sempre a desafiar-se no galinheiro e por isso olham de lado?
Há muitas piadas com moscas... E com galinhas! A melhor é a comparação com o género feminino da minha espécie e com uma galinha: Têm ambas um rabo enorme e uma cabeça mesmo pequenina.

Também queria falar das borboletas, mas se não tiveres muito tempo podes fechar o blog e depois lês... Não vai fugir. Ok, Duas-pessoas-que-seguem-o-meu-blog? Boa.
Hoje vi uma daquelas borboletas que se atiram contra a luz. Pois, aquelas que até fazem barulho a darem com os cornos nas lâmpadas dos parques públicos... Mas essas não são borboletas. Porquê? Porque as borboletas não andam aos estouros (estoiros? touro/toiro?) às lâmpadas, porque se andassem, eram mesmo idiotas* e ninguém fazia tatuagens delas. Nem músicas. Nem metáforas como, "Quando te vejo sinto borboletas no estômago"* nem mesmo roupas e acessórios... Ninguém ia querer ter um bicho que fode os cornos em luzes como se tivesse mandado um ácido qualquer numa festa trance nas suas roupas ou no seu corpo... ou mesmo no seu estômago.
Outro factor muito importante para esse bicho que vi hoje (que ainda não descobri o nome) não ser uma borboleta, é que era feio. Era mesmo feio. Quando vejo uma borboleta quero apanhá-la e ver as cores de perto, mesmo sabendo que a bicha(no bom sentido, não que duvide da sexualidade das borboletas) só tem cerca de 1 dia de vida... Mas o meu instinto animal quer capturar o que é bonito. E a que eu vi hoje não era bonita. Se calhar era um aborto de um casulo qualquer... Mas foi bom vê-la a mandar-se contra a luz, sem sequer saber que lhe poupam a vida por ser feia. Sem fazer a mínima ideia que ninguém a usa como modelo. E sem saber que é mais feia que a borboleta, porque não tem espelhos. E é bem mais feliz sem eles. E nós que nem voamos e não nos mandamos contra as luzes, como seriamos sem espelhos?


Idiotas*- Uma vez disseram-me que era idiota porque tinha muitas ideias, não se deixem levar nessa, é para isso que servem os dicionários.

(o outro *)- Não há borboletas no estômago de ninguém. É uma reacção física à ansiedade. É um bocado viciante, por acaso. Mas não são borboletas.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O professor gay

Conheço muitas pessoas que afirmam não ser homofóbicas. Fico mesmo feliz por isso. Também me considero não homofóbica. Mas tenho um amigo que é contra bichas. Portanto, não vou dizer o nome dele porque é um nome muito pouco comum e seria facilmente reconhecido, por isso o Sansão continuará no anonimato.

A todas as pessoas não homofóbicas eu pergunto:

Imaginem que os vossos filhos andam na primária e como professor tem o maior bichona de sempre, daqueles que chamam o táxi e levantam o pé, ele é super inteligente e até pode fazer com que os vossos filhos acabem todos a ser médicos... Bom, passam uns meses e um dia o vosso filho começa a exigir roupa de menina com arco-íris e purpurinas... Começa a pedir-vos para ver a princesa Cisne em vez de um dos filmes da série Lethal Weapon... Aí começam os problemas. Mas a gota de água é quando eles dizem ao pai, aquela figura de pai talvez de bigode e barriga de grande investimento: "Nãã.. Não gosto de futebol.. Mas o Guilherminho diz que eu fico o máximo no fato de ballet!!"
Será o professor culpado disto? Ou será que o miúdo já tinha tendências antes sequer de ter aulas com o actual professor. Então e agora? É tudo muito bonito mas quando é no nosso filho, será que muda de figura? E não falo de um rapaz de 17 anos, falo de um miúdo de 6. Vai-se à escola bater no professor? Amarra-se o puto a uma cadeira e põem-se umas 4 strippers a darem uma lapdance? As opiniões dividem-se. E é importante perceber e desempenhar uma certa imparcialidade. Um professor homossexual tem um papel importante na formação das crianças e pode muito bem mostrar-lhes a diferença sem manipular as suas mentes. Não sei até que ponto estamos prontos a partilhar realmente dos mesmos direitos, não que não sejamos capazes mas somos demasiado ignorantes para isso.

Não sei qual vai ser, nem consigo prever, o futuro sexual da humanidade. Mas que há cada vez menos limites, há. Basta ver um famoso vídeo de duas meninas e uma chávena.. pronto, ninguém se lembra da chávena, mas ela está lá.

Quanto a todo este assunto, também há os chamados heterofóbicos. Deve ser engraçado agora um gajo ir na rua e ouvir "Foda-se lá para o hetero de merda"... Seja como for, evitem ser "fóbicos". A menos que seja warphobic.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Multas do Metro

Fui multada no metro do Porto e antes de mandar toda a gente para o caralho, sim, foi mesmo para o caralho, fui extremamente racional e tentei tratar do caso. Primeiro vou contar-vos que fui multada injustamente, estava carregada com uma mala enorme e com música nos ouvidos e isso distraiu-me e não validei. Mas tinha acabado de carregar a viagem e quando o "pica" entrou, fui inocentemente ter com ele e disse: Olhe, eu não tenho a certeza, mas acho que não validei... Bom, ele confirmou e multou-me. Eu ia dizer agora "Tudo bem", mas não está. Podia-me ter posto "a monte" como dizem os meus companheiros de geração. Mas fui sincera e só me lixei.

Vamos inverter a situação.

Sendo que errar é humano e sendo que ainda há alguns trabalhos desempenhados por humanos (ou eu creio que sim) a próxima vez que a gaja da empresa metro se enganar a dar-me o troco, quero 90 euros pelo seu erro. O meu dever é carregar o andante e validado, o dela é dar-me o troco certo. Se eu erro, tenho que pagar 90 euros. E então se ela erra? Pede desculpa? Não, paga 90 euros também.

E isto vai ser aplicado a tudo. A próxima vez que for numa auto estrada e tenha que parar para pagar portagens (ridiculo) se a gaja se enganar a dar-me o troco e eu seguir... VOU VOLTAR PARA TRÁS E QUÊ!? OLHE, DEU-ME MAL O TROCO! - Paga a mesma multa que eu pagaria se me enganasse e seguisse na via verde. Temos pena.

E mais, na Zara, vou pousar o meu cassaco onde quiser... Se alguém pegar nele e o tentar comprar, CHAMO A POLICIA! Afinal de contas, eles podem espalhar a roupa toda deles e eu não posso levar nada sem pagar e se me gamam o meu casaco ou mesmo a minha carteira nos provadores quem se responsabiliza? "Lamentamos, mas não nos responsabilizamos pelos valores pessoais dos cliente" - Muito bem, eu não me responsabilizo apartir de agora pelos alarmes que eles tem na roupa. E pronto. Quem mandou por alarmes? Aliás, se POR ACASO o alarme cair ao chão, problema vosso! Não me responsabilizo, procurem por ele e recuperem-no como eu terei de recuperar a minha carteira.

Pode ser?

sábado, 10 de outubro de 2009

bebés

Vocês já viram os carrinhos de bebé?

Tenho visto carrinhos de bebé pá, com suspensão, com protecção disto e daquilo, com tracção às 4, com travão de disco, até tem uma cobertura, que transforma o carrinho numa estufa, para a chuvinha... Mas serei eu uma besta ou isto é uma palhaçada?

Não sou assim tão velha e posso garantir-vos que nunca tive nada dessas merdas. Herdei o carrinho que usei dos meus dois primos e até tenho fotos: era um bocado de pano agarrado a uns ferros e umas rodas... Se quiserem ver o modelo, podem ir a qualquer loja dos 300 ou os grandes "Chineses" e na parte de crianças os bonecos tem carros iguais ao que eu andava... Posso não bater muito bem dos cornos, mas não foi por ter apanhado um bocadinho de chuva ou por não ter subido umas escadas rolantes de um shopping no meu super carro.

Já vi carrinhos de bebé melhores que o muitos carros que andam aí na estrada. Mas isto é o quê? Uma moda? Uns pais desmamados que querem que os seus filhos fiquem pacotes de sabonetes com cheirinhos? Porra! Sabem quanto custam estes carrinhos? Façam uma pesquisa... O carrinho considerado normal, com a cestinha (que no meu tempo era quanto muito feita de palha) e uma outra aplicação 2.0 BETA para download na sua viatura pode muito bem ficar pelos 500 euros... - Mas está tudo louco?!

Gosto de ver os casais com os super carrinhos a irem até uma esplanada numa tarde de verão.

"Vamos levar o nosso filho a apanhar um pouco de sol, querida?"

Sim, o pai leva o carrinho... Claro! Agora são os homens a empurrar o carrinho... Estes homens gostam de fazer manicure e põe creme para as rugas. Tudo bem. "Eu é que conduzo, querida, deixa estar." - Admito que as mulheres tenham problemas com conduções (hm, isto dava um bom post)
A querida leva o saquinho com as fraldas, as papinhas, o biberon, a chupeta madre (idolatrada pela criança em questão), a chupeta substituta que é como uma amante, sabe bem quando a principal está inutilizável... e claro, a merda dos joguinhos didácticos absolutamente irritantes! "O cavalo relincha... brrruuuuuhhhhhh" Por favor. Por favor.
Bom, lá chegam eles, começam a montar a tenda e o puto ali, completamente protegido do sol, encaixado entre as almofadas ortopédicas e as esponjinhas oxigenadas... Pronto. E ali fica a família feliz. Faz a papinha, muda a fraldinha, entretêm o menino... over and over!
Na hora de ir embora, toca a arrumar tudo de novo!!

Um dia destes vi uma mulher, obviamente não era portuguesa, que tinha um miúdo e falo de um miúdo de meses, amarrado com um pano ao seu corpo. E sinceramente, o puto estava com uma carinha de satisfação incrível... Com o calor do corpo da mamazinha.

Outro caso muito frequente, um senhor a sair de um supermercado com o seu carrinho fez o maior drama pois estava a chover - umas gotinhas de nada, a sério - lá foi ele, montou o carrinho, montou a protecção da chuva que parece uma estufa, agasalhou o chavalo, isto e aquilo, para levar o puto, da saída do supermercado ao carro. E gostava que vocês vissem a cara que estou a fazer agora. Seja como for, o homem cumpriu a sua missão. O puto não levou uma única gota de água na cara. Mal entraram os dois, sãos e salvos, o homem acendeu um cigarro e foi a fumá-lo com os vidros fechados. Boa! Super Pai!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hazeada

shiu. Eu é que sei. Está bem?

Um dia estava a falar com um amigo meu e disse:

-Fogo, sinto-me... sei lá.... Sinto-me ..........(fiz uma pausa de 36 segundos)........hazeada... Percebes?

Ao que ele respondeu:

-Não Carolina, não percebo.


Foi aí que percebi que tinha inventado uma palavra e estava toda contente... Apesar da fonia ser extremamente parecida com aziada (tipo de azia), o significado não roçava sequer.
Tentei então explicar que era quando sentimos mil coisas e cada uma delas ocupa nanosegundos e nada mais... E não sabemos se é preocupação, felicidade, indiferença, ou aquela falta de ar manhosa que nos dá... mas mais prolongada. Bom, isto é estar hazeada... Naquele espaço de tempo que ainda não sabes bem o que estás a sentir.

Um dia mais tarde, estou a descer a minha casa em Vila Real e deparo-me com uma tagg de um represent qualquer, mesmo em frente à minha porta que dizia: HAZE.
Bom, juntei dois mais dois e percebi que passei todos os dias por aquela tagg sem lhe dar grande valor, passei sempre "fora de mim" (expressão que eu adoro), passei por ela, vi-a, mas não a li mesmo, não a encaixei... Portanto essa palavra foi entrando cada vez que me sentia assim, confusamente fora de mim.. e quando misturei mais sensações achei que hazeada fazia todo o sentido. e porque não?

PS- Ah! Entretanto fui ver o que significava haze e hazy e o sentido figurativo da palavra atraiu-me bastante.


Obrigada Elsa. Espero que não ressones.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DIAMANTES SÃO PARA SEMPRE.

Por acaso não são. Mas duram mais que qualquer ser humano.
Giro não é? Um diamante é tão giro... Um mineral tão resistente, com tanta beleza, com tanto brilho... Mas não percebo as pessoas que os usam e as pessoas que os compram.

Limitados: Eu sei que eles aparecem-vos já embrulhados com lacinhos lindos e com embalagens ornamentadas com corações e lamechices do género... Mas será que vocês sabem de onde e como vieram? Como são produzidos esses luxozinhos que vocês Limitados tanto precisam para se sentirem com algum valor e poder?

Lamento tanto a vossa ignorância e a vossa mesquinhes.


Se o homem que disser que me ama, me oferecer um diamante... Eu vou rir na cara dele. E vou dizer-lhe:

-Compraste isto?
-Sim, para ti.
-Foste tu que o foste buscar à mina? Foste tu que o trabalhaste? Foste tu quem o soldou ao metal?
-Não! Mas comprei-o para ti.
-Então podes voltar à loja e pedir o teu dinheiro de volta, porque quem te disse que isto provaria o teu amor por mim, enganou-te bem.

Nenhum diamante alguma vez provará amor. Não a mim. A menos que todo o processo seja feito pela pessoa que me oferece o diamante. Aí daria valor, mesmo. Caso contrário não passa de um mineral como outro qualquer, bonito como os outros mesmo sendo mais resistente, não é imortal. Queima. É puro carbono. Nada mais.
A possível contemplação visual jamais superará as imagens que me passam na cabeça das pessoas (Sim, Limitados, pessoas!) que trabalham nessas minas nas condições mais miseráveis... Nos conflitos que uma porra de um mineral consegue criar, ao ponto de matar cerca de 50.000 pessoas e mais uns quantos milhares de pessoas que foram mutiladas, violadas e torturadas como foi no caso de Serra Leoa... Nas muitas corrupções de transportes deste material... Para quê? Isso ia-me lembrar o homem que eu amo?

Chama de puro ao meu amor ou de resistente. Mas não uses a ganância dos homens e a dependência do luxo para o representar. Tens infinitos recursos e matérias, tens um leque de palavras e emoções, tens sons e toques e cheiros e sabores que me estimulam. E o falso poder que eu não sinto falta nem ambiciono que é possuído por essas pessoas tem um prazo de validade muito curto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Barbie e o Ken.

Quando era miúda dizia sempre que só ia deixar de brincar com Barbies quando tivesse 21 anos. Ainda não tenho 21 anos e já lá vão anos que não brinco. Todas as pessoas me diziam: "Dizes isso agora, quando começares a brincar com Kens não vais querer saber mais das Barbies..." - Achava aquilo tão ridículo. Só pensava: estes gajos não sabem mesmo o que dizem... Alguma vez vou preferir o Ken?! Nem tem cabelo comprido para cortar... E ainda por cima é gajo só usa calças ou calções... A Barbie pode usar calças, calções, saias, leggins, tops, vestidos... TUDO! Posso mudar-lhe a roupa de hora em hora... Afinal de contas, ela é gaja.

Ainda brinco com Barbies, de longe a longe... Mas cada vez menos. E hoje agradeço ter preferido os Kens às Barbies... Há muitas miúdas que continuam a curtir Barbies... E depois são lésbicas. Não que seja contra. Acho muito bonito. Mas não para mim. As mulheres são complexas e bonitas, mas no sitiozinho delas e eu no meu. Se me apaixonasse por uma mulher, queimava os fusíveis... Já os limitados dos homens me põe fora de mim, imagina se ainda tivesse que levar com problemas existenciais e temperamentos pré menstruais e gravidezes psicológicas... Por favor, isto é próprio de um ser "normal"? Ninguém merece.
Para as mulheres, depressão significa estourar o corpo com chocolates e rebentar os olhos com horas de choro. Para um homem, é não fazer barba naquele dia e se calhar beber três cervejas em vez das habituais duas.
Para as mulheres, fazer compras é 12% de um orgasmo. Para os homens é uma camisola que já não serve e sobe e vê-se o rego do rabo (aproveito para apelar a todos os homens a terem cuidado com este peculiar assunto...).

Aproveito para falar sobre uma coisa que não tem nada a ver com o nome do post, mas acho que poucos deles têm e agora também não vou estar a mudar...

Imaginem que o vosso filho, inocente de 6 anos, entrava para a escola e o professor dele era o maior bicha de sempre. Mas assim, o maior! Daqueles que obriga os putos a fazer arco íris e a correr no pátio com pássaros de papel pintados de todas as cores... Um dia, o vosso filho chega a casa a dizer que o Guilhermezinho é mesmo bonito e que precisa de umas meias para condizer com o pólo verde... Eu pergunto-me, o que fariam vocês, raça humana com a puta da mania que faz sempre tudo bem?

Pois é. Por mais tolerantes que possamos ser, queremos sempre manipular a nossa realidade e a realidade dos que nos "pertencem"... Queremos escolher os heróis das outras pessoas quando nem sequer somos ninguém para distinguir um herói de um homem comum ou de um político banal qualquer.

A questão aqui é da imparcialidade. Tudo o que fazemos é dificilmente imparcial. Principalmente o acto tão bonito como é o de ensinar.
Alguns homossexuais dizem que daqui a uns anos, não vão haver homens nem mulheres… haverá apenas seres e o amor entre eles… Bom, por mim tudo bem mas, quem é que vai ter o período?

sábado, 15 de agosto de 2009

com pouco assunto.

se alguma vez conhecerem um filho meu, por favor:

Não digam "Olá bebé!"- provavelmente eu dei-lhe um nome.

Não lhe peçam para "atirar beijinho" - não estão a falar com um macaco do zoo.

Não façam estalinhos com a boca nem lhe apertem as bochechas, ele não se vai lembrar mas prefiro que não passe por isso - há formas melhores de mostrar carinho por um bebé.

e principalmente, nâo discutam o clube de futebol ao qual ele vai pertencer... Ainda nem falam e as pessoas já estão a dizer: "é do porto ele!"

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Brainwashed Kid

Fui fazer umas entrevistas a miúdos de dez anos que jogam no Belenenses. Uma delas correu mais ou menos assim:

(...)
-O que queres ser se não conseguires ser jogador profissional?
-Fuzileiro como o meu pai e o meu irmão.
-Porquê?
-Porque é mais de homem.... As mulheres têm que ser costureiras, empregadas domésticas ou então ter lojas.



Bom, não que precise de muito mais para perceberem o porquê de ter partilhado isto com vocês... Mas a verdade é que estamos a falar de um miúdo que tem apenas 10 anos e já pensa assim. Quando achamos que o mundo pode estar a tornar-se um sitio melhor onde as pessoas já não aceitam as respostas das religiões como verdades e onde a igualdade é procurada exaustivamente... Vem um miúdo dizer isto.

Bom, mas para não me chamarem feminista e blábláblááá vou contar-vos uma história:
Era uma vez uma mulher que contratou um homem para matar o seu marido. O que essa mulher não sabia é que esse homem era um polícia à paisana que colocou o marido são e salvo e mandou a polícia com uma câmara dizer à pobre senhora que o seu marido estava morto e ela desatou a chorar. Quando entrou no carro da policia começaram-lhe a explicar-lhe que era tudo uma partidinha para ela ser apanhada. Isto aconteceu hoje, algures na América. E é só mais um dos montes de casos que há do género.

Encomenda especial: Uma bomba para o Campo Pequeno.

"Nunca estás na sala connosco, só vês computador e vadiagem à frente... Faz-nos um bocado de companhia e vê um pouco de tv connosco." - Eu tentei. Eu juro que tentei.

Há muitos desportos que não consigo perceber. Uns são apenas parvos e eu apenas não importo nem exporto grandes importâncias... Mas há uns que envolvem animais e para além de serem incompreensíveis, incomodam-me o suficiente para questionar uma perguntinha: Será que eu sou demasiado limitada e não percebo este "espectáculo" ou isto é realmente ridículo e as pessoas que a seguem deviam ser enrabadas com dildos forrados com lixas para madeira?" - Escusam de responder nos comentários, caso hajam... que não creio.

Então vamos nos meter em cima de um cavalo e espetar uns ferros bem afiadinhos no lombo de um touro e quando ele estiver bem exausto vamos desafia-lo a dar-nos umas cornadas... Mas atenção, antes disso tiramos-lhes a parte aguçada dos chifres... E depois podemos puxar-lhe o rabo e ver como os nossos familiares choram orgulhosos da nossa proeza...

Será que me escapou alguma coisa?

Eu estava a tentar aceitar isto, a ver o show, e a tentar mentalizar-me "Carolina, tens 20 anos já podes ver estas coisas e aquilo no lombo não lhe dói nada e além disso cá em Portugal nem sequer os matam e em Espanha, quando matam, depois utilizam a carne para alimentar o pessoal..." - Usando todos os argumentos que me tinham dado na sala... Quando de repente ouço um mugido do touro que me pareceu de tudo menos contentamento.

Gostava que este blog fosse dar a volta ao mundo a ver se alguém me podia explicar que piada tem ver um animal, seja um touro ou um gatinho, a sangrar numa arena e a ser espicaçado por uns seres idiotas quaisquer com umas roupas mesmo ridículas...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ter Filhos - O Enigma

Vou finalmente desvendar alguns aspectos que passam despercebidos nesta matéria de reprodução...

Tudo começa quando duas pessoas, de sexo oposto, se juntam e dizem: " Vamos fazer meninos muito bonitos?" - Não. Estão apenas à procura de um bom bis-coito e puff! Não se faz o chocapic mas é assim que se tornam a mamã e o papá. E é aqui que complica. Vou saltar a parte do espermatozóide crescer magicamente no útero, porque é uma seca e se procurarem na net tem imagens bem mais fixes que as minhas palavras virtuais.

Para que temos filhos? Yá, é fixe... "Já viste? ele tem os olhos mesmo parecidos com os do pai e quando arrota parece mesmo a mãe!" É fixe cuidar dos putos, com naturalidade. Pegar neles pela roupa deixando-os completamente desarmados a pensar como é possível alguém ter tanta força sem eles se lembrarem que um dia vão poder fazer a mesma coisa, porque é perfeitamente normal... Mostrar um mundo que existe há tanto tempo, a uma mini pessoa que acabou de o conhecer... Explicar-lhe tudo, as palavras, os sistemas, as cores e os porquês todos... é giro!! Apesar de serem seres esquisitos, podemos nos divertir muito com eles. Podemos manipular a mentezinha deles com joguinhos parvos como fazer de conta que lhes arrancamos o nariz e mostramos a ponta de um dedo e inevitavelmente eles vão verificar se o nariz está mesmo no sítio... Podemos mostrar que os monstros não existem passando uma noite com eles debaixo da cama… Ou até mesmo passar um mês inteiro a dar um workshop intensivo a explicar tudo sobre religião, politica e os poderes mágicos da Linda Reis e no fim dizer que são três coisas que não deveriam existir porque na verdade nenhum deles é real.

Mas o que faz deles os NOSSOS filhos? Nossos porquê? Mas que posse há aqui? São outros seres completamente independentes... Não é por terem o nome que nós escolhemos que nos vão pertencer. Além do mais, são feitos com desperdícios do nosso corpo... Os óvulos não fecundados vão todos os meses para pensos higiénicos juntamente com uma coisa maravilhosa à qual chamamos período e... bom, acho que os espermatozóides nem um mês ficam na reserva com a legalização da masturbação no wc e com a pornografia que há na internet... Portanto, duas coisas que deitamos fora todos os meses transformam-se em novas coisas que, vejam lá, são exactamente igual a nós! O que me leva a crer que nós não somos nada mais que…. desperdícios... meros desperdícios que acabam invariavelmente nos esgotos ou no lixo embrulhados em papeis…
e... Reciclagem rula!

Isto tudo para dizer às pessoas que já utilizaram os seus desperdícios (e portanto, criaram novos seres), e às que o farão no futuro que; Vocês, no fundo, não são donos de nada. Nada. Por isso esqueçam lá as autoridades e as regras do "estás em minha casa fazes como eu quero e mando porque és meu filho" - Não. É um ser que tu alimentaste e gastaste algum dinheiro e talvez paciência... Mas se não foi por amor que o fizeste… Se não foi por amor que lhe ensinaste coisas e o beijaste quando o deitavas e o levavas ao parque para brincar… então menos relação podes exigir.
Detesto ver pais que obrigam os miúdos a serem adultos. Já tive que assistir crianças a serem pressionadas a deixar as fraldas ou a comerem sozinhas com idades prematuras. Ou mesmo não poderem brincar na terra porque vão estragar o vestido ou tocar em animais porque podem ter doenças... Deixem isso.
Não vejam esses seres que tem parte do vosso nome como um objecto que vocês podem possuir.
Não vejam esses seres que tem parecenças com vocês como uma versão 1.1 vossa.
Não vejam os vossos desperdícios corporais como um update vosso...
isso só vai criar pressão na vossa vida e principalmente na vida desses novos seres que tem o direito de ser alguém completamente diferente de vocês.

Lembrem-se o quanto amam e odeiam os vossos pais e as respectivas razões.

domingo, 2 de agosto de 2009

23:04

Tu + um plásma ligado à programação nacional televisiva + um sofá ou um qualquer objecto que permita que o teu rabo fique confortavelmente imóvel + um sentimento de conformidade = E é assim que vais morrendo aos bocados.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

.viver até morrer

A partir de uma certa idade, só sabemos falar de doenças (E isto não é a propósito da mediática gripe A que é tão ou mais falada que o Cristiano Ronaldo ter mudado de clube).

Na verdade quando atingimos uma determinada idade as nossas conversas vão sempre acabar nas doenças. À vontade, 54% do nosso conteúdo comunicativo vai rondar as doenças em geral... 36% terão lugar as memórias! Grandes, pequenas, turvas e confusas... As grandes memórias que fazem com que as outras pessoas sejam simpáticas, mesmo simpáticas e nos aguentem durante uma hora a contar uma conversa por sms ou uma discussão no hi5 (Sim, com este andar, os nossos netos terão pouco de histórias com cenários reais). Estou mesmo a ver o meu futuro marido a contar aos filhos dos meus filhos " Conheci a tua avó num desses chats manhosos. Tirei-a da má vida. Deixei-lhe um comment no myspace e bati-lhe o coro a partir daquelas sms que se mandava para o 3456 com os nossos nomes e signos... Na altura deu 78% de compatibilidade e zau, casei-me com ela. Mas ia sempre ver os hi5's das babes!" - É, parece-me bem o meu futuro marido.

Os 10% que sobram ficam para as conversas ocasionais como: já não via um dia assim há 20 anos; comprei pão-de-leite como a minha mãe comprava; este software é parecido com a nintendo 64.. bons tempos!; tenho uma doença que fico com uma erecção mesmo dura durante horas e não consigo baixar (porra! voltou às doenças)

Será que nos vamos lembrar dos velhos que passaram na nossa vida quando também nós formos velhos? Será que devemos lutar contra a morte? Ou aceitá-la? Tipo termos 79 anos, doença terminal e passar dois anos da nossa vida no hospital a sermos drogados, sem falar com ninguém e pior que tudo, a ver televisão... argh!
Acho "piada" às velhas que vão todos os dias ao hospital de Matosinhos... Vão lá, já são da casa... Nem lhes pedem a ficha. "Como é dona Arminda? Que temos hoje? Uma unha encravada?"... E aquelas velhas que andam de autocarro... Uma vez apanhei uma, a quem eu educadamente perguntei: Vai apanhar o 75 para a Maia? e ela me respondeu: "oh filha.. para mim é iguale. A gente bai pa dar uma bolta, ber quem anda na rua... ber quem ainda é bibo, num é?" Pois, acredito que seja. Se calhar a nossa geração, com 60 anos vai dizer "ei, vou ligar o meu facebook a ver se ainda há alguém que consiga teclar" e vamos ver lá nos moods do pessoal "Marta está com Alzheimer" e depois comentários do pessoal: “Ahh Martinha cuida de ti!” - ao que a Marta responde - "O quê? Quem és tu!? Vou-te bloquear....!!!" - e bloqueia.

Eu acho que vou curtir ser velha... Vou estar sempre a usar expressões como "Esta canalhada!!" e começar as minhas frases com "No meu tempo.." como se o tempo que estarei a viver, mesmo com 70 anos, não me pertencesse da mesma forma que este tempo me pertence... Bem, provavelmente vou-me aborrecer... os meus amigos de agora são quase todos mais velhos por isso quando eu estiver com 70 anos, já devem estar todos mortos ou senis. Resta-me a minha família, os meus filhos, são meus filhos, não me vão suportar isso é dado adquirido! E certamente não serei grande exemplo para os meus netos pois já falei com uma amiga minha enfermeira e fiz um documento a dizer que se tiver que tomar qualquer comprimido que seja diariamente, só aceito ácidos, cocaína, heroína e derivamos. Cogumelos e Lsd aos fins-de-semana. Portanto vai ser complicado lidar com eles sem acabarmos em brincadeiras parvas como entrar num banco (que espero que nessa altura já não existam) mascarados de ninjas e quem sabe sermos abatidos pela PIDE do ano 2059... Venha a velhice. Vou sugar todo o tempo que existir. E só não sugo o resto porque os bichinhos vão me comer, ou os alunos do hospital s.João vão-me cortar aos bocados, ou se calhar vou parar aos vossos armários mascarada de pó.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não me desse a Natureza possibilidade de sonhar cada vez que adormeço.

Gosto muito de psicologia. Em geral. Estudar o que as pessoas pensam, como pensam, porque pensam etc. seduz-me muito. Mas jamais seria psicóloga.

Uma pessoa vai a um psicólogo quando acha que não "está bem". Quando alguém lhe diz que acha que essa pessoa não "está bem". Quando sente que, comparado com a sociedade que se devia enquadrar, não "está bem". Deixem-me falar-vos de não estar bem, está bem?

Todas as pessoas tem problemas – agradeçam por isso, mas não exagerem nem se tornem problemódependentes, porque a taxa está mesmo muito alta - todas as pessoas são 70% de todos os adjectivos existentes no mundo - o que me faz não acreditar em previsões de signos e coisas do género - todas as pessoas sentem quase todos os sentimentos ditos conhecidos nem que seja uma vez na vida e se não sentem então é porque são freiras ou mormons e as suas vidas são aborrecidas, todas as pessoas são pessoas no sentido de serem seres vivos com instintos inexplicáveis antes de desempenharem o papel de mãe, pai, filho, irmão, namorado, amigo etc, todas as pessoas acham saber quais os seus defeitos, quais as suas virtudes, quais os seus erros e quais as suas boas acções - tanto suas como as dos outros - e na maioria, todas as pessoas discordam do conceito bom e mau, defeito e virtude.

Quem sou eu para tratar de uma pessoa que chega para mim e me diz: Eu não estou bem.
?
Fui a um casting há pouco tempo e entre muitas perguntas, perguntavam-me qual o meu maior sonho, quais os meus defeitos, pedia para definir a minha personalidade, o que fazia com um prémio em dinheiro, o que os meus amigos diriam de mim, quem eram os meus melhores amigos, o que mais me irrita...

O meu maior sonho. O meu maior sonho é alterado de semana em semana, não que atinja todos os meus objectivos mas apenas crio expectativas a cada momento que passa e mudo, mudo constantemente! Hoje adorava ter a minha banda a bombear num festival qualquer e brincar ao apanha com energias e feedback em concerto, amanhã dava tudo para estar numa ilha completamente deserta, com um fato de mergulhador e uma botija de oxigénio e ficar a ver peixes esquisitos que dali a 8 segundos nem sequer se vão lembrar que os estou a observar há duas horas, ou mesmo ficar em coma e acordar, ou controlar o tempo e a memória! Que aborrecido se não mudasse o meu maior sonho. O meu maior sonho é continuar a ter capacidade de mudar o meu maior sonho e continuar a ser insatisfeita para procurar sempre satisfazer-me e ter consciência que nunca vou conseguir.
Os meus maiores defeitos. Se eu fosse sincera e dissesse que os meus maiores defeitos eram desejar desprender-me da posição de compaixão humana e estar apta a matar ou decompor pessoas que mataram ou violaram, ou mesmo isolar, como se estivesse a brincar ao The Sims, gunas e nazis e outras pessoas cujas ideologias são sinceramente incompatíveis com as minhas... (Já agora: Será ético da minha parte querer matar nazis ou será que querer matá-los vai fazer de mim nazi?) Ou que o meu maior defeito é ter noção de que pode considerar-se defeitos algumas das características que fazem parte de mim e eu, egocentricamente defendo que são o que vocês chamam de virtudes e que não quero mudar... Quando souber bem o que são defeitos respondo a isto.
Da personalidade só sei que não a ser definir na maior parte das vezes, apesar de tentar ser auto-critica e observadora! Mas lá pus uma bodega qualquer com uns adjectivos que ouço mais frequentemente relativos à minha pessoa... Pus o nome dos meus melhores amigos; Carina, Rita, Luís, David, Ricardo e Sansão.. O que também acho ridículo porque daqui a uns tempos haverão alterações no top, e os gajos nem sequer os conhecem de lado nenhum. O que eles dizem de mim, não sei, perguntem-lhes... E no que mais me irritava, não escrevi que era "pessoas falsas"- porque isso é fácil de contornar, nem "falta de compreensão" - Porque tenho vinte anos e o que mais tenho é falta de compreensão, nem mesmo a famosa "A Mentira" - porque até a curto, já me ajudou muito e já a usei algumas vezes. Portanto escrevi "O Ar Condicionado" - isto porque não o posso desligar sempre que quero porque nunca o ligo, portanto se alguém ligou, eu não vou destruir o bem-estar de alguém só porque fico com sinusite com aquela porcaria do ar falso e frio... Portanto aí está uma coisa que me irrita realmente. Ficar entre a minha felicidade e a dos outros.

Portanto, se a função de um psicólogo ou mesmo psiquiatra é perceber onde está o erro, o vírus mental (props para o Rui, foi a primeira vez que usei este termo) ou a avaria, disfunção, bug, seja o que for... Trata-lo e tornar a pessoa novamente apta para viver em sociedade, mais um carneirinho, torná-la conformada com a vidinha e feliz e contente aguentando só os anos qnecessários para acabar por morrer, se calhar com meia dúzia de drogas valentes, piores que as que os filhos fumam… Fazendo dessa pessoa ser dita “normal”... Então não. Não contem comigo. E se calhar se dissesse tudo o que penso e tudo o que procuro não pensar, talvez tivesse o tal psicólogo à minha porta com uma camisa de mangas muito compridas para me abraçar. E dir-me-ia que estou bem e que está tudo bem.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Sugos

Dois amigos meus contaram-me a teoria do Sugo. Consiste em usar um sugo para meter conversa com uma miúda na noite. E porquê um sugo?

Primeiro, nem todas as miúdas bebem álcool, por isso se oferecesse uma bebida havia uma grande probabilidade de elas não aceitarem e até levarem um bocado a mal. E o sugo é bem mais barato e mais saudável.
Segundo, vocês perguntam; Podia ser um chicket! Pois podia... Mas eu detesto chiclets! Além de serem formados de forma muito manhosa é uma coisa que metemos à boca e mastigamos, mastigamos, mastigamos... E nunca será nossa. Não vamos engolir um chiclet! E se o engolirmos, somos um bocado estúpidos porque aquela porcaria demora imenso tempo a decompor-se. Isto é quase dizer, "A nossa relação não vai a lado nenhum, bem podes mastigar e tentar e ser querida, que eu nunca vou acabar dentro de ti (sentido figurado) e se acabar, só te vou fazer mal à saúde..." Compreendem meninas? Ah, e chiclets de menta é das piores coisas que há. Fico sempre com azia.
Por isso o sugo é perfeito. É docinho, é molezinho, é mais saudável, dá para sugar e saborear relaxadamente enquanto este se desfaz na boa deliciosamente... E claro, é original! "Um sugo!? Sim... Aceito! Já não comia sugos desde pequenina, és incrível!" - Tiro e queda.
Depois de a miúda aceitar o sugo, tem precisamente 2 minutos para o diagnóstico. Tem dois minutos de conversa que devem consistir numa avaliação intensiva que tende a definir os gostos desta miúda, os objectivos de vida, os ideais... e claro, o moço tem que aproveitar bem estes dois minutos (completamente confirmados) para ser o melhor dele. O melhor de um homem em dois minutos... é, acho que dá, na boa... Até sobra tempo. No fim destes dois minutos se algum participante vacilar, está tudo lixado. Basta ficar aquele silêncio parvo que intimida qualquer um e é normalmente quebrado por uma afirmação parva qualquer que envolve sempre algo mesmo muito pouco interessante... Ainda é cedo para partilharem silêncio. Quando partilhamos silêncio com alguém e fica tudo bem ou melhor, é amor.

Boa Sorte!

PS- sugos de melão, não são afrodisíacos mas são mesmo bons!

sábado, 6 de junho de 2009

Abafei um desabafo.

Hoje "abafei" dois autocolantes da camioneta que me levou para Braga. "Abafei" a.k.a. gamei; roubei; retirei sem permissão; tirei-o com inocência...
Um dos autocolantes diz: Martelo de Socorro. O outro diz: Dispositivo de Emergência / Acionar o botão / Empurrar a Porta - e tem uma seta para baixo.
Pergunto-me se alguma vez vou encontrar o rapazola que vai viajar comigo para todo lado e para lado nenhum, em comboios muito podres que fazem barulho, e vamos coleccionar os autocolantes de todos os comboios e camionetas da Europa. Mas é difícil, como diria a minha professora de literatura: Não há príncipes encantados.
Muito menos príncipes encantados que coleccionem stickers ilegalmente. Sou uma esquisita, porra!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Músicas para criança

"Atirei o pau ao gato-to-to
mas o gato-to-to
não morreu-eu-eu
dona chica-ca-ca
admirou-se-se
cu berro, cu berro que o gato deu."






Mas calma lá, o chavalo atira um pau a um gato e exclama "mas o gato não morreu", e ainda acrescenta que a dona Chica admirou-se com o berro que o gato deu... Pudera não? Tinha acabado de levar com um pau pelo vistos com o intuito de o matar.



"Dó-mi-nó
Se tu visses o que eu vi, dominó
À porta do tribunal, dominó
As cuecas do juíz, dominó
Embrulhadas no jornal, dominó
Esta rua cheira a sangue, dominó
Foi alguém que se matou, dominó
Da janela se atirou, dominó"

...

Acho que não preciso escrever mais. Nem acho que isto precise de explicações... Nem sequer quero saber onde vai acabar isto. Mas deve ser o tipo de músicas que o Charles Manson ouvia para adormecer.



"ai ai ai minha machadinha
quem te pôs a mão sabendo que és minha"
(Reparem no uso da posse, isto tem que ver com os ciúmes doentios das relações)
"Sabendo que és minha também eu sou tua
salta machadinha para o meio da rua"
(Portanto, além dos erros sintácticos, a machadinha vai para a rua porque alguém lhe meteu a mão... Daqui a pouco estamos a chamar-lhe prostituta, não?)
"No meio da rua não hei-de ficar
Hei-de ir à roda escolher o meu par"

(Pois... na minha terra a roda é outra coisa, mas seja como for, essa machadinha é um bocado abusada)


"Sentadinha à chaminé, veio uma pulga, mordeu-me o pé, ou ela chora, ou ela grita, ou vai-se embora, pulga maldita."


Bom, alguém me diz o que faz uma pessoa sentada numa chaminé? Num tem nada que estar sentado na chaminé... Ainda por cima descalço. Chorar e gritar são verbos muito bonitos e emoções que todas as crianças deviam experimentar, realmente.

"Eu tenho um pião, um pião que gira, eu tenho um pião mas não to dou não, gira que gira o meu pião, mas não to dou nem por um tostão."

Egoísmo e inveja...? Nãããã.. É só uma criança a cantar sobre o seu pião... Inocente! Aposto que esta música foi feita na altura do fascismo em Portugal, porque o puto é mesmo mão de vaca... um tostão na altura era altamente, aposto que dava para dois piões...

"Era uma velha que morava numa ilha
e tinha um gato com olhos cor de ervilha,
mas esse gato era muito lambareiro,
de bons petiscos, andava sempre ao cheiro,
um certo dia, sem a velha dar por isso,
o raio do gato roubou-lhe um chouriço,
o homem chega, e chega para jantar,
e vê a velha, a velha a soluçar,
mas ó mulher, ó mulher o que foi isso?
o nosso gato papou-nos o chouriço!
o homem pega, e pega no cacete,
e põe o gato a andar de rabanete."


Aposto que a ilha é uma daquelas ilhas onde as pessoas pobrezinhas moram, que os presidentes dizem que vão acabar, mas pelos vistos não conseguem... coitados. Depois há aqui uma coisa, o homem chega e chega para jantar... Claro, parte-se logo do princípio que o homem só vai a casa jantar e o trabalho da mulher é ter a comidinha pronta e as perninhas abertas... Não senhora. "O homem chega, põe a mesa, dá um beijo na mulher e acaba de fazer o jantar" deveria ser a frase da música... Depois o homem bate no gato com o "cacete" que também não sei o que é... deve ser um charro grande... Mas porquê, a mulher não sabe bater num gato!? Além disso... se o gato roubou um chouriço é porque tinha fome... é preciso tanto drama, machismo e violência? fogo... é só um chouriço.



“A barata diz que tem
Sapatinhos de veludo
É mentira da barata
O pé dela é que é peludo”


Esta é a típica música ouvida pelas miúdas que gostam de roupa de marca e dizem coisas como: Essas pessoas que usam roupas de marcas falsificadas até deixam uma pessoa ficar mal, eu aqui a poupar dinheiro para comprar roupa cara e ainda sou confundida com pessoas que tem roupa de feira. Parolos." - Miúdas: a vida é mesmo fixe para vocês, espero que nunca abram os olhos, porque no dia em que abrirem o vosso céu azul com nuvens Hello Kitty vai-se transformar num monte de merda do GG Allin!
Ah… não sei qual é o problema de ter o pé peludo, eu costumo fazer tranças com os meus pêlos dos pés.

“Era uma vez um cavalo
Que vivia num lindo carrossel,
Tinha orelhas espetadas
E o rabo era feito de papel.

A correr, trá-lá-lá,
A saltar, trá-lá-lá,
Cavalinho não saía do lugar.”


Que bonito. O raio do cavalo devia viver num desespero enorme e os putos todos contentes a cantar "Cavalinho nunca sai do seu lugar". Não sei quem lhe espetou as orelhas e certamente não sei quem substituiu o rabo do cavalo por um de papel para ninguém reparar... Se isto for em Portugal, deve ter sido o Bibi antes de ir preso.

Pim poneta pitá pitá pituxa
pitá pitá pituxa
plim plão


Esta tem uma mensagem subliminar... que nunca foi descoberta.

“Manuelito já te tenho dito que não é bonito andares-me a enganar
Chora Manuel chora, que eu vou-me embora, para não voltar.”


Feministas de merda. Mas bem feito para o Manel.

“Ai malhão malhão
que vida é a tua
ai malhão malhão
que vida é a tua
comer e beber
ai trrrintintim passear na rua
comer e beber ai trintintim passear na rua”


Pronto. Esta é só parva. A menos que sejas um dos punks de sta Catarina.

“Papagaio louro
de bico dourado,
leva-me esta carta
à minha namorada
Ela não é freira
nem mulher casada,
é moça solteira
linda como um cravo.”


Claro, as freiras e as casadas não merecem cartas...

Para acabar e porque já estou cansada desta injecção, ficam com a minha saia, que é outra música que nunca percebi mas acho que quer dizer que sou uma ardida e gosto de dançar reaggeton, acho que é isso, não tenho a certeza.

A saia da Carolina
Tem um lagarto pintado.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

Tem cuidado ó Carolina,
Que o lagarto dá ao rabo.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

Dá ao rabo enquanto danças
Com essa saia rodada.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

Com essa saia de roda
Com uma barra encarnada.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

Com uma barra encarnada,
Com uma risca amarela.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

O lagarto dá ao rabo
Sempre que rodas com ela.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.

Vem p'ra casa ó Carolina
Que o lagarto está cansado
Sim Carolina, se tu fores,
Sim Carolina, eu vou também.
Sim Carolina ó i ó ai,
Sim Carolina ó ai meu bem.





sábado, 30 de maio de 2009

D i s c o t e c a

discoteca,

s. f.

1. Colecção de discos fonográficos.
2. Lugar em que se guardam ou onde se vendem.
3. Estabelecimento em que se podem ouvir discos e dançar.

Não.

Discoteca é um lugar onde as pessoas vão para beber, fumar, procurar uma possível noite de sexo, mostrar-se e ser social e por fim, eventualmente, apreciar a música.

E está tudo perfeito para o chamado "engate".

-As luzes... que só permitem ver uma décima de segundo por cada minuto da cara da pessoa que procuramos engatar, a probabilidade de essa décima de segundo ser a que estamos bonitos é bastante elevada.

-Vendem bebidas alcoólicas que permitem que nos tornemos mais bonitos ainda, ou melhor, ao beber VEMOS as pessoas mais bonitas.

-A música está incrivelmente alta para que possamos ter desculpas de nos tocar uns aos outros enquanto falamos no ouvido... muitas vezes aos berros, o que não é nada sexy nem agradável.

-A dança! As músicas do reggaeton com as suas letras românticas como por exemplo:

A ella le gusta la gasolina
(Da me mas gasolina!)
Como le encanta la gasolina
(Da me mas gasolina!)
A ella le gusta la gasolina
(Da me mas gasolina!)
Como le encanta la gasolina
(Da me mas gasolina!)



Acho que sim, dançar ao som disto é acima de tudo inteligente. Ou será que ninguém percebeu que "gasolina" é outro tipo de combustível aqui neste caso? Sim! Gasolina, aqui, significa... hmm.. Fluido orgânico produzido pelos machos de muitas espécies de animais para transportar os espermatozóides até o local de fertilização na fêmea... sei lá como dizer isto de uma forma menos chocante... SÉMEN?

-Nas discotecas as mulheres bebem e abanam-se. Os homens seguram o copo, levantam os pés e pensam nas frases que vão dizer(*) Isto é como o acasalamento dos animais, ou melhor, o antecedente do acasalamento.

(*) As frases mais escolhidas são: ó estrela queres cometa?: os teus pais são pasteleiros para fazerem bolinhos como tu?; ó morcona, comia-te o sufixo; dás-me o teu "númbaro" e eu pago-te uma mini! ... enfim, tesouros.


-Cada bebida custa cerca de 3,50 €, para quem não se lembra, eram setecentos escudos... o que eu fazia com 700 escudos. Ia ao cinema com bilhete de escola e comia um pacote de pipocas doces dos pequenos. Agora? ahhaha!(euforia) ahaha...(reflexão) ahahah...(estou a lembrar-me dos custos antes do euro) ahaha... (já não tem piada nenhuma...) ahahah... (já não me estou a rir). Pronto.

-Na discoteca há quem aproveite a falta de espaço para apalpar (a.k.a. Passar a mão nas zonas frescas) o que é algo que me intriga bastante, é assim tão bom passar a mão no fresco?

Enfim. Discotecas, em geral... são um sítio que eu frequento muito.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sinceridade e Simpatia.

Desde que me lembro, as pessoas em geral diziam sempre: "Ai esta menina é tão simpática!"

Eu acabei por me convencer que era simpática. Então naqueles testes de treta sobre personalidades, aquelas perguntas às quais respondemos à procura de... mais estupidez?- na parte das qualidades eu respondia sempre: Simpática.
(Atenção, estes tipo de testes foram feitos no alto da minha inocência e era menor de idade).

Mas afinal... O que é ser simpática?
É que ultimamente eu fico indecisa entre ser simpática e ser sincera.
"Sabes, os meus pais não me deram o carro que eu queria. Acho incrível. Até porque têm mais é que dar e mais nada! porra! Ah! e o meu namorado!? Deu-me uma carta no dia dos namorados! Vê lá! Uma carta!!! Toda a gente sabe que o dia dos namorados dá-se prendas! e eu comprei-lhe um relógio da Rolex... quer dizer!? disse-lhe logo: "Mas estás parvo ou quê ?! Dá-me lá a minha prenda!" e ele não deu! não percebo! pois pode ter a certeza que de mim não recebe mais prendas. e isto é para não lhe espetar c'um par de cornos só para ele aprender! Olha, da última vez que fui ao shopping, ontem, vi uma colecção da Hello Kittie com corações demais!! passei-me! Tenho que ir lá hoje vê-la!... " -Isto continuou mas eu não.

Foi quando eu pensei: "pá, e se parasses de falar em coisas que sinceramente não me interessam??"- mas pensei duma forma educada tipo, "E se fosses para o caralho?!"

Mas não o disse. Respondi; "Pois... tens que ter mais cuidado." e bazei.
Acho que ela continua sem saber o que tem que ter cuidado com, mas esta frase funciona tão bem que eu não resisto... Na verdade ela tem mais é que ter cuidado com ela própria. Seja como for, não é a ela que estou a julgar. é a mim. Porque é que me dá vontade disto? Eu muitas vezes digo coisas sem interesse nenhum... e há dias que falo tanto que chego a deitar-me e ainda ouvir o meu riso e a minha voz...

A maior parte das vezes, só não sou sincera, quando olho para a pessoa em causa e penso: Mas para que vou eu falar? Para que vou argumentar se o mais provável é esta gaja não perceber e ir ter com o resto das amigas a dizer que sou "estranha" ou "que tenho a mania"... Tudo bem. Mas continuo sem fazer caso da conversa.

Hoje perguntei às pessoas que estavam comigo no café: Simpatia, para quê? De que serve? ... Responderam-me que era para obter simpatia dos outros e para que fossemos todos felizes. Okay... Vamos imaginar que o mundo era só gente "simpática"... tudo boas pessoas!

-Gosto tanto do teu top!
-Eu adoro o teu cabelo!
-O teu namorado é mesmo giro...!
-Ele é um máximo, queres ficar com ele!?

... Não tinha piada.
Continuo a preferir a sinceridade. No entanto, sou simpática.

chama-se cabelo escuro. sei lá, não me lembro de mais nada.

Acho piada como escrevo palavras que não devem ser lidas.
Tornam-se ridículas com som.
Limito-me a escrevê-las e quando as releio não as quero ouvir.
Shiu. é cá no silêncio que as percebo melhor.
E as palavras que te ofereço não as leias comigo.
Lê em casa sozinho como se tas dissesse ao ouvido.
Não quero relembrar o quanto suei de me lembrar de ti.
E das vezes que me insultei por sugar a língua e todo o interior da minha boca
à procura de concentração...
Nem reparei que estava concentrada.
Se a falta de ar me desse só quando te penso já o fazia circular...
Mas mal penso se te penso dou por mim a pensar!
Há maior natureza que a do amor que fazemos?
Se é um corpo, tem matéria, exterioriza-se, complementa-se
e acontece.
Intensamente.
Nem que seja na minha tonta cabeça.
Essas flores e árvores e insectos e bactérias pensam no amor que fazem?
No amor que fazem naturalmente?
E sentem o toque e suam e falta-lhes o ar como eu contigo?
Se não pensam não sentem.
E lamento. Porque o privilégio é maior que o castigo.

Cães e Gatos

Gosto mais de gatos que de cães. Os cães fazem cocó nos passeios e os gatos não.

E não é assim tão simples quanto parece. Afinal o que difere estes dois animais!? Porque é que só vejo cães a fazer cocó nos passeios... NO MEIO dos passeios muitas vezes!
Os gatos não. Vão quanto muito aos cantos e aposto que só foram ao cimento porque não viram um bocado de areia algures...

sábado, 18 de abril de 2009

O Orgasmo

Ainda me estou a rir mas, estava a tomar o pequeno almoço enquanto os meus pais tratavam do almoço e a minha mãe diz algo sobre orgasmo, de seguida diz "Vá filha, estas coisas não são para ti"... e começou a beber água. Ao que eu respondo: "Claro mãe, eu nem sei o que é um orgasmo nem nada..." - a minha mãe entalou-se e espetou a água toda no chão e desata a rir num misto de ataque de riso + admiração...! Achei engraçado e imaginei que ela estivesse a imaginar-me a mim, não como eu própria mas como filha dela a ter um orgasmo... e depois imaginei eu a passar pelo mesmo com uma filha minha... ahaha sou muito prática, faço logo o filme todo.

Realmente o sexo é um assunto que mexe muito com a nossa mente. Lembro-me de quando comecei a perceber o que se passava no quarto da minha mãe, toda a gente passa por isso. Era grande filme para mim, ao ponto de não dormir algumas noites. Agora? ahhaah... quero mais é que se fodam, num óptimo sentido.

As pessoas deviam encarar a sexualidade com naturalidade, com isto não digo que devamos fornicar uns com os outros. mas há muitos anexos nestes assuntos.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pássaros de Vila Real

É o seguinte:

Os pássaros em Vila Real cantam durante a manhã, a tarde e a noite.
Imensas vezes passo às 3h, 4h da manhã naquela simpática cidade e em pleno escuro, ouvem-se pássaros a cantar como se os primeiros raios de sol se estivessem já instalado nas ruas... Não. São apenas focos e alguns deles bem fortes, principalmente numa zona em baixo de uma ponte, onde o suícidio era bastante comum, se calhar, para não ter que esperar pelo amanhecer para encontrar os corpos, ou para as pessoas que se matam saberem onde vão cair, em vez de pensarem: Olha, um monte de escuridão!!!

Isto para dizer o quê, já imaginaram os pássaros a cantarem dia e noite? "Bem, vou dormir... (FOCOS) JÁ É DIA PIPIPIPIPIUPIUPIUPIUPIUUPIUPUI...." A esperança média de vida dos pássaros de Vila Real deve ser de 2, 3 dias...

Reparei como o homem curte imitar os animais... os pássaros voam, toca a arranjar máquinas que me façam voar. os peixes nadam e respiram ao mesmo tempo, toca a arranjar material que me permita fazer o mesmo. as chitas correm a uma velocidade incrível, toca a arranjar uns quantos veículos que atinjam velocidades superiores à da chita. as hienas riem como doidas, toca fumar erva e usar drogas...

Temos a inteligência, somos auto destrutivos. Ainda bem.

Páscoa e o Jesus

esta cena da Páscoa faz-me grande confusão...

De repente temos dias em que não podemos comer carne. porque é pecado. okay, comer carne é pecado... porque...?

A origem disto é que antigamente a carne era para pessoas ricas e então havia ali uma igualdade para o pessoal ser "absolvido" dos seus pecados (adoro esta expressão) em que os ricos comeriam a comida dos pobres... Tem tudo a ver com as classes não tem? Alguma vez a comida tirou pecados? comer o raio da óstia vai fazer de mim uma pessoa melhor?
Quando era miúda achava que era porque os animaizinhos (o franguinho, o coelhinho, o boi e a vaca) não podiam sofrer! então tiravamos ao nosso requintado estomago os seus caprichos para poupar umas vidas... okay em primeiro lugar isso não acontece, a produção de animais em cativeiro e suas respectivas matanças é o que se sabe e mais nada, em segundo lugar, os peixes não tem sentimentos?!

Tinha tudo a ver com o raio das classes sociais e a carne era mais cara que o peixe.. but guess what?! some things changed!!! já não estamos em 1325 ou sei lá! o velho testamento tem bolor, o novo está fora de prazo e não vejo a religião a renovar grandes coisas... Agora o peixe, em geral é mais caro que a carne, isto falo em Portugal...
Okay, os homens maus, os romanos (onde se encontra o Vaticano actualmente...) crucificaram o nosso Salvador aka Primeiro Comunista no Mundo e este ressuscitou ao terceiro dia... cool. Eu nunca vi ninguém a ressuscitar, porque é que quando as pessoas morrer o padre diz: Na esperança da ressurreição? é isso que vamos fazer? esperar que os mortos ressuscitem? e vivermos todos uns em cima dos outros?... Não vai acontecer e nós sabemos isso.
Que homenagem prestamos a este homem que morreu por nós ? (e isto está provado cientificamente)... beijamos-lhe os pés. a uma imagem. uma imagem super deprimente de um homem com espetos nas mãos e nos pés com um bocado de pano a tapar-lhe os genitais virgens. e damos dinheiro ao padre, claro. um envelopezinho. esse dinheiro vai para quê? para o vinho? para os cálices de ouro? para as vestes bordadas? ou para os gajos que o crucificaram? Então e dizer não ao luxo, ao material, ao dinheiro... afinal o dinheiro até dá jeito... Okay, vamos meter na cabeça que este dinheiro vai para pessoas carecidas... muito bem. Então porque é que as pessoas nao levantam o rabo gordo do sofá e não vão ajudar realmente quem precisa? pegam no envelope, vão ao bairro mais próximo e vêem com os seus próprios olhos como é possivel pessoas viverem sem plasma! Não é muito difícil. Então, a Páscoa apartir de agora, é uma altura que consiste em duas semanas a fazer acções de caridade... ahahahah! gostava de ver isso, lá se ia a tradição não?
na Páscoa comem-se ovos de chocolate e amêndoas... porquê? o que é que o Coelho tem a ver com o Jesus espetado na cruz? "Filho, hoje é dia de Páscoa... Lembras-te do menino Jesus que estava a dormir nas palhinhas em Dezembro? Pronto, agora está aqui espetado na cruz a sangrar... Mas tu, como foste um bom menino, podes te empanturrar de amêndoas e ovos de chocolate! A Vida é Maravilhosa, não é?"... Toca a injectar o consumismo...! Zauuuu... usando quem? os putos, claro! Já no Natal é a mesma merda... o velho das barbas que dá presentes afinal foi inventado pela coca-cola... oppss... não vale a pena portar-me bem, os meus pais vão dar-me uma prenda na mesma... Natal sem prendas não é Natal... "Sabes filho, hoje é Natal... O menino Jesus faz 2009 anos... mas como está morto na cruz nós é que ficamos com as prendas!"... Mas ele não tinha ressuscitado ao terceiro dia?!?!?!

Se há realmente um deus, pá e eu até sinto necessidade de acreditar que sim... Ele está-se a cagar para estas merdas.

Precisas de beijar uma imagem para seres uma pessoa melhor?
Precisas de comer uma óstia para sentires a purificação no teu corpo?
Precisas de ouvir cânticos para despertar em ti sensibilidade?
Precisas de 10 mandamentos + sete pecados mortais + dois livros de morais?!

Precisas disso para te sentires e para te esforçares ser boa pessoa?!

okay........... Toma.

Se Deus nos fez... será que ele se enganou em algumas funções e trouxe a religião à terra para nos consertar? Também digo-vos já.. ser perfeito deve ter cá uma piada...

Em, creio, todas as acções da igreja vejo boas intenções... a partilha, a procura de paz, a inter ajuda... é tudo bonito e eu gosto... mas não nas pessoas que vejo hoje. As pessoas que vejo hoje riem-se da religião. são hipócritas. desrespeitam. e com ela criam até modas. Muitas destas acções não fazem sentido original nenhum... e nas que não entram as prendas ou os doces, foram esquecidas. não são celebradas. Daqui a pouco temos Jesus Cristo a assinar Biblias na Fnac para as pessoas não se esquecerem de serem católicas e principalmente, serem boas pessoas.

Não sinto necessidade nenhuma disto. e isso pode não querer dizer que não sou católica. Prefiro acreditar que posso ser boa pessoa (que estou cada vez mais a perder a credibilidade nesse status) sem ter de depender de uma religião com regras e rituais hipócritas, deturpados e bizarros...

Mas... como diz Fernando Pessoa ensopado em álcool e ópio:

"Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?"



/in: Alberto Caeiro, poema V

Substituições

Estou sempre a substituir coisas e pessoas e isso está a começar a atrofiar-me. A semana passada tiraram-me o meu gato, o meu telemóvel, o meu suposto namorado e a minha amiga voltou para a terra... Agarro-me à internet à procura de comunicar... sinto-me completamente presa. Acho que não fui feita para ter uma vida normal com horários normais e pessoas normais à minha volta. normais? haahha...

Procuro relações fáceis e faço das pessoas que mal conheço meus diários, quase inconscientemente... quando dou por mim já estou a dizer o meu tipo de sangue. e já estou a depender dessa pessoa, da recepção dessa pessoa, do comentário dessa pessoa... Eu não sei se hei-de chamar a isto carência, até é ridiculo... supostamente tenho muitas pessoas à minha volta e bastantes delas querem-me realmente bem. Mas eu quero amar. e quero que me deixem amar o que quiser amar em paz.. e como eu quiser amar sem ter que seguir as putas das regras! sem ter que interpretar!
E na internet que é um maio extremamente fácil de comunicação e consolo esquecemo-nos que é tão ou mais perigoso que o Mundo da Realidade...
Não posso obrigar os meus pais a deixarem-me ficar com o gato. Nem a abraçar-me sempre que preciso. Nem a Dee a ficar ao meu lado, nem a Rita, nem a Carina. Não posso fazer com que me cuidem. Não posso fazer com que não me façam mal. E agora só sinto vontade de me distânciar.. nem sei bem de quê... só espero que não seja do "de mim" senão vou sentir-me extremamente emo/ estupidamente dramática...

Amem-se. Não sejam sinceros.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O meu gato e eu.

O meu gato chegou do tamanho da minha mão.
chorei na hora da janta para o ter. e consegui.

Era um pouco burro. Não sabia o que era um espelho. Achava que era outro gato. Quando nos vemos ao espelho procuramos uma cara que gostamos, por isso, apesar de sabermos que aquele que vemos somos nós, inconscientemente alteramos a realidade para nos aceitarmos de imediato. Acabamos por ser igualmente burros como o meu gato que luta contra um reflexo. Nós lutamos contra nós próprios.

O meu gato adormecia com o meu dedo mindinho na boca dele. Eu nunca adormeci com o meu ou qualquer outro dedo na boca mas secalhar até é bom! O meu gato achava que podia fazer o que queria, ele acreditava que era livre. Mas os humanos não permitem isso aos animais, nem a ninguém. O meu gato tinha um sítio onde deveria dormir, um sítio onde deveria arranhar, um sítio onde deveria comer. Mas o Shaolin Caramelo não quis saber. Ele achava que devia dormir comigo, por isso nunca dormiu na merda do cestinho. Ele achava que podia arranhar onde achasse mais gostoso, nem que fosse a pele de um qualquer inocente lá por casa. E comia o que lhe apetecia, nem que fosse um bocado de carne estragada no meio do chão há 25 dias. Por isso eu adorava o meu gato.

O meu gato ia para o meu peito para eu lhe fazer festinhas e essas coisas que os gatos gostam... Era a nossa posição preferida. Ele ficava por cima. Sempre. Mas ele nunca adormecia no meu peito. Nunca. Ele recebia os mimos que queria e sem qualquer compromisso, ele saltava do meu peito para o chão. Nem um obrigada. Nada. Algumas vezes adormecia e quando acordava passava-se e saltava com muita força nas patas traseiras. Bem, é macho, sabem?

Ele gostava de fornicar com o meu braço. Para ele, eu estar no computador era uma forma de o provocar sexualmente. E eu juro que não era. Mas ele atirava-se na mesma.
Bem, eu e ele eramos muito parecidos. Eu arranho quem tiver que arranhar. E ambos gostamos de ficar por cima. Ele achava que se conseguisse por-se atrás de qualquer objecto que tapasse pelo menos um dos seus olhos, estava seguro, e as pessoas à sua volta não o viam. E eu... Também.

Sinto falta de uma relação como a que tinhamos. Eu não tinha que dar grandes explicações, nem falavamos de sentimentos... Apenas eramos. Estavamos juntos e eramos o que quer que fossemos, eramos. Às vezes dava por mim a falar com ele, a ralhar-lhe ou a mimá-lo. Mas ele nunca compreendeu palavras. Ele descodificava códigos sonoros... Se eu o chamasse filho da puta com o tom todo amoroso ele continuava a ronronar... e se eu lhe berrasse a dizer que era doidinha por ele, ele ia-me olhar com o mesmo olhar arregalado e ficava certamente estático como ficava sempre que eu tripava com ele.

Tenho saudades de o ver a correr pela casa sem limites de velocidade e a fazer miados estranhos que pareciam palavras inventadas. Nunca percebi bem o masoquismo dos gatos, já tive muitos e quase todos eles gostavam de se atirar contra paredes, ou aproveitar o chão acabado de encerar para derrapar e mais uma vez, acabar com os cornos espetados na parede ou mesmo o grande feito de se porem em "arco" e começarem aos pinotes como se tivessem molas nas solas das patas e inevitavelmente (e já se tornava repetitivo) voltava a acabar com metade do pêlo pelo ar e claro, os cornos espetados no chão. Não sei o porquê deste comportamento, mas há quem defenda que era pela convivência comigo.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Desemprego em Portugal

Espero que não substituam as pessoas que trabalham nas caixas dos supermercados (como já algumas foram), senão, onde vou eu trabalhar?

Há várias teorias neste sentido e quando é para se expressarem, ninguém se cala e todos acreditam ter razão. Ou porque “sem canudo não se vai a lado nenhum” ou “esta e aquela área não tem saída” ou “o mercado está sobrelotado” e como não podia falhar, o argumento tão famoso que eu ouço desde que me lembro: “é a crise / isto está muito mal”…

Verdade seja dita, nunca encontrei numa opinião pública, geral um comentário duma qualquer sociedade que dissesse: “Sim, estamos muito contentes com a nossa situação financeira e com o governo que nos rege.” Esqueçam lá isso. Não fosse o ser humano o animal mais insatisfeito que alguma vez conheci e olha lá que na minha terra há um jardim zoológico. Mas afinal a culpa é de quem? Do governo? Das empresas? Das pessoas? Da ganância? Da sede de corrupção para atingir o topo o mais rápido possível porque esta vida são dois dias e um deles já passou?... não sei, só tenho vinte anos… e tanto eu como muitos jovens da minha idade já contribuíram para trabalhos temporários sem descontar usando os recibos verdes e actos isolados ou mesmo não usando nada. Afinal precisamos de dinheiro e experiência profissional, se não há planos decentes para jovens trabalhadores / estudantes nós tratamos de os arranjar. Começamos agora mesmo a nossa vida, lá queremos descontar para alguma coisa?! E se temos recibos verdes lá se vai a bolsa!...

Seja como for, prevê-se que o desemprego em Portugal aumente para 7,2 em 2009 e medidas para acabar com isto? Não tenho visto. Nas noticias vejo fabricas e empresas a fechar deixando os trabalhadores sem os salários dos últimos meses e com cerca de 50 anos de idade que dificulta bastante o encontro de um novo trabalho…

Eu acredito que sejamos trabalhadores, até somos… e temos ideias e desenvolvemos projectos interessantes… mas somos desorganizados comparando ao resto dos países europeus. E os organizados que conheço são doentios.

O meu apelo é manter a esperança mas, converte-la em força. Porque afinal queridos Portugueses ainda há muito trabalho e muito mais a fazer. Há diversos planos para criar empresas e investimentos… não comentam o erro dos empréstimos. Há muitos empregos, é só abrir os jornais… mas realmente para que dá 480 euros/mês? Nem para pagar uma casa quanto mais sustenta-la. Fora as despesas essenciais e o número de pessoas que nela vivem. É absolutamente impossível.

Podemos também passar suavemente pelos diversos casos de pessoas que estão a usufruir do fundo de desemprego porque….. sim. Apenas porque… sim. Ou mesmo aquelas que estão de baixa porque… o irmão delas é medico.

Não sei quem poderá resolver todas estas situações, como disse, tenho apenas 20 anos mas já sei que o super-homem é apenas uma personagem e o Pai Natal foi inventado por uma das maiores marcas do mundo, cujo nome não vou dizer para não alimentar a publicidade e logo o capital desta companhia… mas algo terá de ser feito o quanto antes…por alguém ou por todos… ninguém quer ver a taxa de criminalidade trepar paredes como pouco falta… pois não?

Carolina Sou eu

se é sensivel, por favor não leia o texto seguinte.

Odeio música pimba. não gosto de chiclets de menta. não gosto de coca-cola porque faz piquinhos no nariz. odeio betadines. odeio coristas. não gosto de tunning mas faz-me rir. odeio ar condicionado porque fico sempre doente. odeio quando espirram para cima de mim. não gosto de gajas que põe fotos a realçar fortemente os seus atributos fiísicos com a ridicula legenda: "simplesmente Eu". odeio que me ignorem. odeio dormir com os pés frios. odeio que me berrem e tentem mandar em mim, e não acho piada. não gosto de pessoas intriguistas / problemáticas / mesquinhas. não gosto de frases lamechas que ninguém percebe tipo: "Memórias de um tempo que um dia foi nosso e não sendo traz me saudade e tenho memórias e numas páginas de cadernos arrancadas e merdas assim.." - ainda não devo ter maturidade suficiente para compreender isso. hm. evita perguntar "está tudo bem?" se não estiveres preparado para todas as respostas. prefiro gatos, mas também como cães. não gosto de pessoas em serie. a minha primeira cassete de música tinha Sylvester, o que explica muitas coisas... a primeira música que me tocou emocionalmente foi How deep is your love de Bee Gees. o primeiro videoclip que vi e me marcou foi Queen I want to break free, não tenho comentários. perdi grande parte da credibilidade no sobrenatural após ter visto o Ghostbuster duas décadas depois de existir. as meninas não fazem xixi, nao fazem cocó, não cospem, nem arrotam e tu és um atrasado mental. perdi o medo à maioria das coisas na vida e isso tornou-me uma pessoa um bocado perigosa. gosto de me rir e não acho que isso signifique que seja despreocupada como alguns filosofos disseram. gosto de miudas magras mas espero que as outras também sejam felizes. a minha avó vive em frente a um cruzamento e todas as semanas há acidentes, calma pessoas estúpidas. já me considerei uma pessoa, uma boa pessoa até! e agora tenho sérias dúvidas... mas há boas pessoas e eu conheço 3. já cantei bee gees no karaoke e não foi sexy. não gosto de discotecas em geral mas se der boa música fazem-me feliz.
não me rio quando as pessoas caem mas gostava. só quando acompanham o tombo com caras esquisitas. Há muita coisa mal e eu não posso mudar tudo. o reclame das gilletes mach 3 é demasiado ridiculo, é só uma lâmina que corta pêlos da cara. okay? uma pessoa bonita não é obrigatóriamente uma "boa pessoa".


gosto muito de pessoas apesar de não parecer. e chamo-me Carolina.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Johanson, Joahsson ou Jonahson e uma garrafa de Vodka

Gosto de relações de rua.
Aquela cumplicidade e empatia que já pouco se vê.
Mas faço questão de perturbar as pessoas na rua com o máximo de simpatia... só o faço para que não perca a esperança nos seres da espécie a que pertenço. Para acreditar que posso comunicar com esta raça miserável. é mesmo miserável. e eu que ainda a amo vou acreditando que podemos deixar de ser miseráveis.

Um dia destes ia na rua a contar o que faria com o Euromilhões quando passou uma freira no momento em que eu disse uma palavra feia e um pouco mais alto. Pedi-lhe desculpa! Era uma senhora de idade. Ela sorriu-me e dali a dois minutos e quarenta e três segundos ela estava-me a contar a sua vidinha toda.

Gosto de falar com as pessoas na rua. Quantas vezes! Outro dia ia a correr com os meus amigos estava uma senhora carregada e perguntei-lhe se queria ajuda à espera que ela dissesse "Não filhota, deixa tar, sou uma mulher do campo cuarago"... mas disse logo que sim, lixou-me bem! E eu expliquei-lhe que quando tivesse 45 anos ia ser presidente do nosso país e possivelmente os netos dela irião votar em mim...

Mas para mim, a melhor personagem alguma vez vista, foi o Johanson... Não sei escrever o nome dele mas vou partilhar a sua história. Estava eu na entrada da Queima de Vila Real, no último dia de queima de onde via muito bem os bebados, a pensar "Entro, não entro..." Quando do nada surge um homem de bicicleta. Ao sair dela quase cai e eu pergunto: Hey wazup? - Porque via-se bem que não era português. Ele olha-me, sorri e segura-se a mim para não cair. Foi aí que senti o cheiro a álcool da sua boca... O homem estava completamente bebado. Começou a dizer que era Holandês e que veio de bicicleta desde o Algarve. Depois começou a dizer que tinha uma missão em Portugal, que Deus o mandara e que Portugal tinha algo muito mau.. muito mau... que só ele sabia e que só ele poderia acabar com esse mal. Foi aí que pensei "Porque é que só atraio pessoas atrofiadas na minha vida?" - mas é realmente verdade!

Apesar de ter 64 anos, Johanson -ou lá como se chama- tinha um fisíco invejável, mesmo atlético e rijo, na sua bicicleta equipada podiamos ver várias bolsas e a indumentária deste senhor era um fato de ciclista bem justinho.

O homem chorou, o homem quis dançar, falava de religião, de amor, de vida até afirmou falar com cães chegando mesmo a agarrar-se a um fazendo-lhe festas e juntando o focinho do pobre bicho ao seu ouvido. Se não tivesse provas disto, nem me atrevia a contar. Mas estava acompanhada nessa noite e além disso um grupo de policias que o cercaram a observá-lo(aos quais eu incansávelmente dizia: "Não se preocupem, está tudo bem") devem recordar a situação... Aos gunas à porrada não cercaram eles, viraram a cara.

O homem, o Johason! Sei lá. Disse que ia ter com o nosso primeiro ministro e ia acabar com o mal que há em Portugal. E que dali a dois meses iamos ouvir falar dele e desse mal... e iriamos "compreender".

Okay, ele disse que ia ter com o Sócrates e que ia acabar com o mal de Portugal.. um mal que #%2"@+*º~?«>... (?!) algo que não percebi das suas palavras em inglês e bebadas... Mas vai fazer o quê? Matar o Sócrates? Acabar com os gunas? Renovar a ecónomia em Portugal? Não sei... mas daqui a dois meses espero saber.