quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Hazeada

shiu. Eu é que sei. Está bem?

Um dia estava a falar com um amigo meu e disse:

-Fogo, sinto-me... sei lá.... Sinto-me ..........(fiz uma pausa de 36 segundos)........hazeada... Percebes?

Ao que ele respondeu:

-Não Carolina, não percebo.


Foi aí que percebi que tinha inventado uma palavra e estava toda contente... Apesar da fonia ser extremamente parecida com aziada (tipo de azia), o significado não roçava sequer.
Tentei então explicar que era quando sentimos mil coisas e cada uma delas ocupa nanosegundos e nada mais... E não sabemos se é preocupação, felicidade, indiferença, ou aquela falta de ar manhosa que nos dá... mas mais prolongada. Bom, isto é estar hazeada... Naquele espaço de tempo que ainda não sabes bem o que estás a sentir.

Um dia mais tarde, estou a descer a minha casa em Vila Real e deparo-me com uma tagg de um represent qualquer, mesmo em frente à minha porta que dizia: HAZE.
Bom, juntei dois mais dois e percebi que passei todos os dias por aquela tagg sem lhe dar grande valor, passei sempre "fora de mim" (expressão que eu adoro), passei por ela, vi-a, mas não a li mesmo, não a encaixei... Portanto essa palavra foi entrando cada vez que me sentia assim, confusamente fora de mim.. e quando misturei mais sensações achei que hazeada fazia todo o sentido. e porque não?

PS- Ah! Entretanto fui ver o que significava haze e hazy e o sentido figurativo da palavra atraiu-me bastante.


Obrigada Elsa. Espero que não ressones.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

DIAMANTES SÃO PARA SEMPRE.

Por acaso não são. Mas duram mais que qualquer ser humano.
Giro não é? Um diamante é tão giro... Um mineral tão resistente, com tanta beleza, com tanto brilho... Mas não percebo as pessoas que os usam e as pessoas que os compram.

Limitados: Eu sei que eles aparecem-vos já embrulhados com lacinhos lindos e com embalagens ornamentadas com corações e lamechices do género... Mas será que vocês sabem de onde e como vieram? Como são produzidos esses luxozinhos que vocês Limitados tanto precisam para se sentirem com algum valor e poder?

Lamento tanto a vossa ignorância e a vossa mesquinhes.


Se o homem que disser que me ama, me oferecer um diamante... Eu vou rir na cara dele. E vou dizer-lhe:

-Compraste isto?
-Sim, para ti.
-Foste tu que o foste buscar à mina? Foste tu que o trabalhaste? Foste tu quem o soldou ao metal?
-Não! Mas comprei-o para ti.
-Então podes voltar à loja e pedir o teu dinheiro de volta, porque quem te disse que isto provaria o teu amor por mim, enganou-te bem.

Nenhum diamante alguma vez provará amor. Não a mim. A menos que todo o processo seja feito pela pessoa que me oferece o diamante. Aí daria valor, mesmo. Caso contrário não passa de um mineral como outro qualquer, bonito como os outros mesmo sendo mais resistente, não é imortal. Queima. É puro carbono. Nada mais.
A possível contemplação visual jamais superará as imagens que me passam na cabeça das pessoas (Sim, Limitados, pessoas!) que trabalham nessas minas nas condições mais miseráveis... Nos conflitos que uma porra de um mineral consegue criar, ao ponto de matar cerca de 50.000 pessoas e mais uns quantos milhares de pessoas que foram mutiladas, violadas e torturadas como foi no caso de Serra Leoa... Nas muitas corrupções de transportes deste material... Para quê? Isso ia-me lembrar o homem que eu amo?

Chama de puro ao meu amor ou de resistente. Mas não uses a ganância dos homens e a dependência do luxo para o representar. Tens infinitos recursos e matérias, tens um leque de palavras e emoções, tens sons e toques e cheiros e sabores que me estimulam. E o falso poder que eu não sinto falta nem ambiciono que é possuído por essas pessoas tem um prazo de validade muito curto.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Barbie e o Ken.

Quando era miúda dizia sempre que só ia deixar de brincar com Barbies quando tivesse 21 anos. Ainda não tenho 21 anos e já lá vão anos que não brinco. Todas as pessoas me diziam: "Dizes isso agora, quando começares a brincar com Kens não vais querer saber mais das Barbies..." - Achava aquilo tão ridículo. Só pensava: estes gajos não sabem mesmo o que dizem... Alguma vez vou preferir o Ken?! Nem tem cabelo comprido para cortar... E ainda por cima é gajo só usa calças ou calções... A Barbie pode usar calças, calções, saias, leggins, tops, vestidos... TUDO! Posso mudar-lhe a roupa de hora em hora... Afinal de contas, ela é gaja.

Ainda brinco com Barbies, de longe a longe... Mas cada vez menos. E hoje agradeço ter preferido os Kens às Barbies... Há muitas miúdas que continuam a curtir Barbies... E depois são lésbicas. Não que seja contra. Acho muito bonito. Mas não para mim. As mulheres são complexas e bonitas, mas no sitiozinho delas e eu no meu. Se me apaixonasse por uma mulher, queimava os fusíveis... Já os limitados dos homens me põe fora de mim, imagina se ainda tivesse que levar com problemas existenciais e temperamentos pré menstruais e gravidezes psicológicas... Por favor, isto é próprio de um ser "normal"? Ninguém merece.
Para as mulheres, depressão significa estourar o corpo com chocolates e rebentar os olhos com horas de choro. Para um homem, é não fazer barba naquele dia e se calhar beber três cervejas em vez das habituais duas.
Para as mulheres, fazer compras é 12% de um orgasmo. Para os homens é uma camisola que já não serve e sobe e vê-se o rego do rabo (aproveito para apelar a todos os homens a terem cuidado com este peculiar assunto...).

Aproveito para falar sobre uma coisa que não tem nada a ver com o nome do post, mas acho que poucos deles têm e agora também não vou estar a mudar...

Imaginem que o vosso filho, inocente de 6 anos, entrava para a escola e o professor dele era o maior bicha de sempre. Mas assim, o maior! Daqueles que obriga os putos a fazer arco íris e a correr no pátio com pássaros de papel pintados de todas as cores... Um dia, o vosso filho chega a casa a dizer que o Guilhermezinho é mesmo bonito e que precisa de umas meias para condizer com o pólo verde... Eu pergunto-me, o que fariam vocês, raça humana com a puta da mania que faz sempre tudo bem?

Pois é. Por mais tolerantes que possamos ser, queremos sempre manipular a nossa realidade e a realidade dos que nos "pertencem"... Queremos escolher os heróis das outras pessoas quando nem sequer somos ninguém para distinguir um herói de um homem comum ou de um político banal qualquer.

A questão aqui é da imparcialidade. Tudo o que fazemos é dificilmente imparcial. Principalmente o acto tão bonito como é o de ensinar.
Alguns homossexuais dizem que daqui a uns anos, não vão haver homens nem mulheres… haverá apenas seres e o amor entre eles… Bom, por mim tudo bem mas, quem é que vai ter o período?

sábado, 15 de agosto de 2009

com pouco assunto.

se alguma vez conhecerem um filho meu, por favor:

Não digam "Olá bebé!"- provavelmente eu dei-lhe um nome.

Não lhe peçam para "atirar beijinho" - não estão a falar com um macaco do zoo.

Não façam estalinhos com a boca nem lhe apertem as bochechas, ele não se vai lembrar mas prefiro que não passe por isso - há formas melhores de mostrar carinho por um bebé.

e principalmente, nâo discutam o clube de futebol ao qual ele vai pertencer... Ainda nem falam e as pessoas já estão a dizer: "é do porto ele!"

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Brainwashed Kid

Fui fazer umas entrevistas a miúdos de dez anos que jogam no Belenenses. Uma delas correu mais ou menos assim:

(...)
-O que queres ser se não conseguires ser jogador profissional?
-Fuzileiro como o meu pai e o meu irmão.
-Porquê?
-Porque é mais de homem.... As mulheres têm que ser costureiras, empregadas domésticas ou então ter lojas.



Bom, não que precise de muito mais para perceberem o porquê de ter partilhado isto com vocês... Mas a verdade é que estamos a falar de um miúdo que tem apenas 10 anos e já pensa assim. Quando achamos que o mundo pode estar a tornar-se um sitio melhor onde as pessoas já não aceitam as respostas das religiões como verdades e onde a igualdade é procurada exaustivamente... Vem um miúdo dizer isto.

Bom, mas para não me chamarem feminista e blábláblááá vou contar-vos uma história:
Era uma vez uma mulher que contratou um homem para matar o seu marido. O que essa mulher não sabia é que esse homem era um polícia à paisana que colocou o marido são e salvo e mandou a polícia com uma câmara dizer à pobre senhora que o seu marido estava morto e ela desatou a chorar. Quando entrou no carro da policia começaram-lhe a explicar-lhe que era tudo uma partidinha para ela ser apanhada. Isto aconteceu hoje, algures na América. E é só mais um dos montes de casos que há do género.

Encomenda especial: Uma bomba para o Campo Pequeno.

"Nunca estás na sala connosco, só vês computador e vadiagem à frente... Faz-nos um bocado de companhia e vê um pouco de tv connosco." - Eu tentei. Eu juro que tentei.

Há muitos desportos que não consigo perceber. Uns são apenas parvos e eu apenas não importo nem exporto grandes importâncias... Mas há uns que envolvem animais e para além de serem incompreensíveis, incomodam-me o suficiente para questionar uma perguntinha: Será que eu sou demasiado limitada e não percebo este "espectáculo" ou isto é realmente ridículo e as pessoas que a seguem deviam ser enrabadas com dildos forrados com lixas para madeira?" - Escusam de responder nos comentários, caso hajam... que não creio.

Então vamos nos meter em cima de um cavalo e espetar uns ferros bem afiadinhos no lombo de um touro e quando ele estiver bem exausto vamos desafia-lo a dar-nos umas cornadas... Mas atenção, antes disso tiramos-lhes a parte aguçada dos chifres... E depois podemos puxar-lhe o rabo e ver como os nossos familiares choram orgulhosos da nossa proeza...

Será que me escapou alguma coisa?

Eu estava a tentar aceitar isto, a ver o show, e a tentar mentalizar-me "Carolina, tens 20 anos já podes ver estas coisas e aquilo no lombo não lhe dói nada e além disso cá em Portugal nem sequer os matam e em Espanha, quando matam, depois utilizam a carne para alimentar o pessoal..." - Usando todos os argumentos que me tinham dado na sala... Quando de repente ouço um mugido do touro que me pareceu de tudo menos contentamento.

Gostava que este blog fosse dar a volta ao mundo a ver se alguém me podia explicar que piada tem ver um animal, seja um touro ou um gatinho, a sangrar numa arena e a ser espicaçado por uns seres idiotas quaisquer com umas roupas mesmo ridículas...

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ter Filhos - O Enigma

Vou finalmente desvendar alguns aspectos que passam despercebidos nesta matéria de reprodução...

Tudo começa quando duas pessoas, de sexo oposto, se juntam e dizem: " Vamos fazer meninos muito bonitos?" - Não. Estão apenas à procura de um bom bis-coito e puff! Não se faz o chocapic mas é assim que se tornam a mamã e o papá. E é aqui que complica. Vou saltar a parte do espermatozóide crescer magicamente no útero, porque é uma seca e se procurarem na net tem imagens bem mais fixes que as minhas palavras virtuais.

Para que temos filhos? Yá, é fixe... "Já viste? ele tem os olhos mesmo parecidos com os do pai e quando arrota parece mesmo a mãe!" É fixe cuidar dos putos, com naturalidade. Pegar neles pela roupa deixando-os completamente desarmados a pensar como é possível alguém ter tanta força sem eles se lembrarem que um dia vão poder fazer a mesma coisa, porque é perfeitamente normal... Mostrar um mundo que existe há tanto tempo, a uma mini pessoa que acabou de o conhecer... Explicar-lhe tudo, as palavras, os sistemas, as cores e os porquês todos... é giro!! Apesar de serem seres esquisitos, podemos nos divertir muito com eles. Podemos manipular a mentezinha deles com joguinhos parvos como fazer de conta que lhes arrancamos o nariz e mostramos a ponta de um dedo e inevitavelmente eles vão verificar se o nariz está mesmo no sítio... Podemos mostrar que os monstros não existem passando uma noite com eles debaixo da cama… Ou até mesmo passar um mês inteiro a dar um workshop intensivo a explicar tudo sobre religião, politica e os poderes mágicos da Linda Reis e no fim dizer que são três coisas que não deveriam existir porque na verdade nenhum deles é real.

Mas o que faz deles os NOSSOS filhos? Nossos porquê? Mas que posse há aqui? São outros seres completamente independentes... Não é por terem o nome que nós escolhemos que nos vão pertencer. Além do mais, são feitos com desperdícios do nosso corpo... Os óvulos não fecundados vão todos os meses para pensos higiénicos juntamente com uma coisa maravilhosa à qual chamamos período e... bom, acho que os espermatozóides nem um mês ficam na reserva com a legalização da masturbação no wc e com a pornografia que há na internet... Portanto, duas coisas que deitamos fora todos os meses transformam-se em novas coisas que, vejam lá, são exactamente igual a nós! O que me leva a crer que nós não somos nada mais que…. desperdícios... meros desperdícios que acabam invariavelmente nos esgotos ou no lixo embrulhados em papeis…
e... Reciclagem rula!

Isto tudo para dizer às pessoas que já utilizaram os seus desperdícios (e portanto, criaram novos seres), e às que o farão no futuro que; Vocês, no fundo, não são donos de nada. Nada. Por isso esqueçam lá as autoridades e as regras do "estás em minha casa fazes como eu quero e mando porque és meu filho" - Não. É um ser que tu alimentaste e gastaste algum dinheiro e talvez paciência... Mas se não foi por amor que o fizeste… Se não foi por amor que lhe ensinaste coisas e o beijaste quando o deitavas e o levavas ao parque para brincar… então menos relação podes exigir.
Detesto ver pais que obrigam os miúdos a serem adultos. Já tive que assistir crianças a serem pressionadas a deixar as fraldas ou a comerem sozinhas com idades prematuras. Ou mesmo não poderem brincar na terra porque vão estragar o vestido ou tocar em animais porque podem ter doenças... Deixem isso.
Não vejam esses seres que tem parte do vosso nome como um objecto que vocês podem possuir.
Não vejam esses seres que tem parecenças com vocês como uma versão 1.1 vossa.
Não vejam os vossos desperdícios corporais como um update vosso...
isso só vai criar pressão na vossa vida e principalmente na vida desses novos seres que tem o direito de ser alguém completamente diferente de vocês.

Lembrem-se o quanto amam e odeiam os vossos pais e as respectivas razões.

domingo, 2 de agosto de 2009

23:04

Tu + um plásma ligado à programação nacional televisiva + um sofá ou um qualquer objecto que permita que o teu rabo fique confortavelmente imóvel + um sentimento de conformidade = E é assim que vais morrendo aos bocados.